Os importados

Crescimento do mercado de vinhos importados no Brasil em 2009 foi parecido com o do ano anterior, mas inferior ao de 2006 e 2007

por Adão Morellatto

fotos: SXC

2009 foi um ano cujo cenário de crise econômica atormentou a todos. Contudo, apesar da grande turbulência, o mercado de vinhos importados no Brasil continuou a crescer. Mantendo a performance de 2008 (cujo aumento foi de 5,81%), em 2009 obtivemos um crescimento similar, em torno de 6,11%, muito pouco se comparando com o crescimento de anos anteriores - em 2006 e 2007, os números superavam a casa dos 30%.

Dois fatores contribuíram muito com esse baixo índice de crescimento. Mudanças tributárias no maior mercado consumidor (São Paulo) e problemas de Licença de Importação (L.I.) sobre produtos oriundos da Argentina em pleno período de grande aquisição de vinhos (quarto trimestre). Também podemos salientar que um dos principais players do mercado, com um volume médio de 600 contêineres ao ano, fechou 2009 com apenas 10% desse volume e é impossível transferir uma volume dessa magnitude para outro cliente em tempo tão curto, pois envolve estratégicas e valores muito altos. Assim se manifestaram os principais players do mercado: o Mercosul + Chile, contribui com mais da metade, exatos 55,56%.

Os países exportadores apresentaram o seguinte quadro ao fim de 2009:

1° Chile
A cada ano se consolida com o principal exportador, com surpreendente participação de 30,29%. E seu crescimento em 2009 foi de 21,29% sobre 2008. Uma detalhe chama a atenção neste exportador, pois, mesmo tendo perdido um dos principais importadores, manteve seu crescimento e participação devido ao fato de que, a cada dia, há uma pulverização de produtores e marcas. Os supermercados, que são grandes importadores, contribuíram em muito com este desempenho positivo. Há de se levar em conta que houve um acréscimo no último quadrimestre em importação originada deste país, em detrimento da Argentina. Só para reafirmar esta relevância, nos últimos quatro meses de 2009, o Chile exportou 46% de todo o volume de 2009, claro indício de forte migração de vinhos adquiridos da Argentina para o Chile pelas grandes redes de supermercados.

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fotos: SXC

2° Argentina
Diferentemente de anos anteriores em que apresentava um crescimento médio de 25%, em 2009 o país contribuiu com apenas 4,72% e manteve uma participação de 24,31%. Este índice muito baixo é evidência dos problemas de restrições aduaneiras mencionados acima, que influenciaram em sua atuação. Chama atenção uma valoração de 8,5% nos valores que adentraram em nosso mercado, revelando que estamos passando por um processo qualitativo. Em média, hoje, os vinhos argentinos estão com valoração superior em 19,64% sobre os vinhos chilenos, que ainda são penalizados por uma alíquota de impostos - que, em 2011, serão totalmente zerados devido a acordo bilateral.

3° França
Este país passa para a terceira posição, pois sua exportação de Champagne tem um valor altíssimo. Sua participação em 2009 foi de 14,19%, tendo crescido 6,78%. Sua valoração média em 2009 foi de US$ 7,27 por garrafa.

Baixo crescimento: Mudanças tributárias no maior mercado consumidor (São Paulo) e problemas de Licença de Importação (L.I.) sobre produtos oriundos da Argentina

4° Itália
Em 2009, a importação de espumantes deste país, leia-se (Proseccos), teve um baixíssimo desempenho, contribuindo com apenas 7,58%. Este valor reflete a forte valoração que sofreu este tipo de vinho na Itália, por volta de 20%. Sua contribuição foi de 12,82% e apresentou crescimento negativo de 10,74%, o pior desempenho de um país europeu em 2009.

5° Portugal
Também apresentou um crescimento negativo de 1,35% e sua atuação foi de 11,61%.

6° Espanha
Continua seu crescimento, não muito rápido, mas franco, pois nos últimos oito anos, aumentou 189%. Em 2009, apresentou uma performance de 5,75% e sua participação foi de 3,75% em Share Value.

Demais países

Os demais exportadores (entre eles: África do Sul, Alemanha, Austrália, Nova Zelândia, Uruguai e Estados Unidos) contribuíram com um total de apenas 3,03% e menos de 1% para cada exportador.

* Este dados são apenas interpretativos de números copilados do Ministério do Desenvolvimento e Aduana Brasileira e a é análise de caráter informativo, sem nenhum valor econômico e de responsabilidade do autor.

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