As variações do Chablis e os melhores rótulos degustados por ADEGA

Conheça mais sobre o Chablis e os estilos desse famoso vinho branco, confira ainda a avaliação dos melhores rótulos degustados por ADEGA

por Marcelo Copello

Chablis é o vinho branco mais conhecido em todo o mundo. O nome Chablis ecoa na memória dos decanos amantes do vinho por vários motivos. Este branco francês é um clássico, notoriamente charmoso, seco e delicioso, a companhia perfeita para ostras frescas.

Por outro lado, o nome Chablis também se tornou conhecido por ser um dos vinhos mais imitados ao redor do mundo. Da Califórnia à Austrália; mesmo no Brasil dos anos 1970 a 1990 era muito comum sacarmos rolhas de brancos insípidos ostentando o nobre nome borgonhês no rótulo. Hoje esta prática felizmente foi proibida, e apreciamos o bom e verdadeiro Chablis.

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Oficialmente parte da Borgonha, a região do Chablis está geograficamente afastada, localizada mais ao norte, quase na região do Champagne. Esta Appellation d’Origine Contrôlée (AOC) ocupa cerca de três mil hectares ao redor da pequena cidade de Chablis.

O clima é semi-continental, sem influência marítima, com grandes contrastes de temperaturas. Os invernos são longos e frios, os verões, mornos, com boa insolação. Geadas e chuvas de granizo assolam eventualmente a região, tornando variáveis as qualidades das safras. Para comprar bons Chablis é importante saber os bons anos. Safras recentes de destaque são 2002, 2003 e 2005.

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O solo da região é, em geral, argilocalcáreo. Os melhores exemplares vêm dos arredores da cidade de Chablis, onde predomina um solo calcário chamado Kimmeridgian, de origem muito antiga, remontando ao período Jurássico.

Em geral, quanto mais próximos ao centro da região, melhores os solos e os vinhos, ao passo que quanto mais na periferia, menor a qualidade do vinhedo e do produto final. A uva é sempre a mesma, a Chardonnay, a única permitida. Portanto, o que faz a diferença no estilo dos vinhos é o solo e os métodos de elaboração.

Existem quatro tipos de Chablis que, em uma hierarquia crescente, seriam: Petit Chablis, Chablis, Chablis Premier Cru e Chablis Grand Cru. Podemos dividir estas quatro categorias em dois grupos, os dois primeiros são vinhos mais leves, geralmente sem passagem por madeira.

  1. Os Petit Chablis são quase sempre os mais simples, produzidos na periferia da região, leves e feitos para serem bebidos mais jovens. Os Chablis básicos, também chamados de “Chablis AOC”, são os mais populares, o arquétipo dos Chablis. Eles podem ser excelentes compras.
  2. Os Chablis Premiere Crus trazem em seus rótulos a denominação Premier Cru, acompanhada do nome de um dos cerca de 40 vinhedos dispersos pela região que possuem esta classificação, como Vaillons ou Fourchaumes. Não basta, todavia, ser um Premier Cru para ser um bom vinho. O nome do produtor conta bastante.
  3. Os Chablis grand Crus são a elite e raramente decepcionam. São apenas sete os vinhedos classificados como Grand Cru: Les Clos, Blanchots, Les Preuses, Bougros, Grenouilles, Valmur e Váudesir. Existe ainda o vinhedo La Moutonne, que não possui a classificação de Grand Cru, mas tem o mesmo status, pois fica entre os vinhedos Váudesir e Les Preuses. Os Grand Crus são sempre caros, mas geralmente ganham na relação preço x qualidade quando comparados aos grandes da Côte d´Or, como o já citado Montrachet. Em geral, o estilo dos Chablis Grand Cru é austero por ter acidez marcante, ser muito seco e mineral, complexo e encorpado. Enquanto harmonizamos uma Chablis comum com ostras frescas, os Premier Cru e os Grand Cru pedem pratos de maior intensidade de sabor, como salmão defumado, eventualmente com molhos cremosos, e suportam até uma ousadia como o foie gras.

Conheça na lista abaixo os melhores Chablis recém-degustados pela Revista ADEGA:

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